ALGAZINE

COOL ZINE DO BAIRRO

04:10

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10:32

"Hoje pensei em você":

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1.Hoje pensei em você (dois pontos) Estava no banheiro.Puxei a descarga.Constinuou lá.boiando.


2.Hoje pensei em você (dois pontos)Um homem caiu em cima de mim no ônibus.Como se não bastasse, me xingou."Vadia" foi o que ouvi quando colocava o maxilar aparentemente deslocado no lugar.

Traimentos(ações):

1 Comeu.Se encheu.Passou mal.

Culou a cozinheira.

-Filha da puta (disse)


Poligamia - Dorme com Wagner.

Acorda com Vivaldi

Bach! - Se jogou no vulcão de Ravel.


Nathalia Rech

10:22

Fim da TattooMotor

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Uma das mais antigas e conceituadas bandas do bairro chega ao fim, após cerca de três anos de atividade. Antes conhecida como "Pistolera", a TattooMotor, que teve em sua última formação Fagner FastMycher, William RomaSanta e Lagarto, sendo os dois primeiros membros da formação original da banda (com uma grande movimentação de músicos nesses anos), fez seu último show na Domingueira da Juventude, no dia 14 de Setembro.
Com seu som rápido, sujo e frenético, a banda deixa uma série de seguidores, porém seus integrantes já trabalham em outros grupos. William migrou para o seu mais novo projeto, a Lascive Kiss (Metal Romântico) e Fagner FastMycher é o mais novo membro da Detonantes (Punk'a'billy).
A banda deixará saudade, mas aqueles que se ligam nos bootlegs das bandas do Algarve podem tentar descolar a velha gravação da clássica "O Deus das Mulheres", entre outras, na demo recentemente gravada, porém jamais distribuída para o público.

10:35

O Homem Irresistível

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Não era nenhum feriado nacional para as pessoas da Rua da Praia estarem paradas em horário de trabalho. Muito menos um dia de eclipse para olharem o céu. No alto da sacada de um velho prédio, desses que só está de pé para acabar com a dúvida de morrer de alguma alma desamparada, Ana Spier entrava em contato consigo mesma e mergulhava em um mar de memórias. Entre piqueniques, jantares à luz de velas e juras de amor eterno, se despedia daquela platéia, que, nas sacadas, formava os camarotes, e o público geral na rua.
O som das sirenes se aproximava; não seria emocionante se chegasse a tempo. Todos queriam um espetáculo completo, com um digno grand finale, mas sabiam que isso só ocorreria de um modo.
Pedro Nazar, pouco depois, lavava seu carro até ser interrompido por dois oficiais de justiça, que, sem meias palavras, o levaram algemado. Por quê? Pedro não tinha a mínima idéia.
Os boatos no caminho até a delegacia eram de que se tratava de um maníaco, um homem que precisava ser controlado. Cinco era o número de vítimas no último ano, todas com o mesmo fim. Logo sua advogada de defesa lhe informou que provavelmente seria pena de morte, ou prisão perpétua. Acreditava-se que o número de vítimas poderia ser maior.
No entanto, Nazar continuava desconhecendo o motivo de sua prisão. Estranhava também o fato da advogada lhe fazer, ao menos, três visitas diárias, e ainda por cima trazer alguns presentes, que, segundo ela, seriam para diminuir a falta de conforto.
Pedro ao menos admitia que a madura advogada não era exceção; afinal, as mulheres sempre foram um problema na sua vida, não por falta, mas sim uma demasia que ele próprio não poderia conter - não foram poucas as brigas entre elas ou com seus namorados, porém o amável rapaz nunca se declarou culpado de ser romântico.
No dia do julgamento, estava tranqüilo; tinha certeza de que era tudo um engano, pois realmente não tinha coragem alguma para machucar alguém, quanto mais tirar a vida. A juíza no tribunal se apresentou desferindo um olhar fatal para seu corpo. Em seguida, as testemunhas começaram a dar continuidade ao processo. Primeiro, um jovem rapaz que se dizia irmão de uma das vítimas de Pedro depôs que sua irmã começara a ingerir grandes doses de calmantes logo após o sumiço do rapaz; não resistindo a tamanha dor, morrera semanas depois. Depois, um homem de cerca de 50 anos, que misturava uma profunda tristeza com um ódio imensurável, apenas incitou ameaças contra a vida de Pedro, não conseguindo ajudar no processo penal. Os guardas foram obrigados a retirá-lo do recinto. Sua filha também falecera meses antes.
O mesmo ocorreu com as outras nove ou dez testemunhas seguintes, até uma moça magra e parecendo muito mais velha do que realmente era sentar na cadeira das testemunhas sem capacidade de dar informações - apenas chorou. Até que, numa última tentativa, com muito esforço, conseguiu murmurar algumas palavras. Voltou-se para Pedro e emitiu sons como: “se não era para sempre”, e, logo em seguida, finalizou com a palavra “amor”. Tal moça havia tentado o suicídio três vezes e agora passava os dias em uma clínica de reabilitação.
A juíza pediu para o rapaz se aproximar, mas uma reação avarenta partiu da advogada, que o segurou e disse que não havia obrigação dele fazer tal ato. De qualquer forma, Pedro o fez e, aproximando-se da Excelentíssima, ouviu apenas uma indagação de por quê. Ela insistiu em que o jovem não tinha culpa direta, mas o corpo do júri, todo formado por homens, se reuniu para a decisão.
Tempos depois, todos voltaram à sala. A advogada soltava doces palavras no ouvido do agora preocupado carpinteiro Pedro. O júri deu a ordem e a juíza seria a porta-voz de seu resultado. Em frases curtas, ela sentenciou que, para os jurados, Pedro deveria ser encaminhado à última instância, ou seja, nada menos que a pena de morte, devido não aos apenas cinco, mas agora oito vítimas de que já se tinha conhecimento.
Com o direito de seu intelecto e outros interesses, a juíza então declarou que Nazar iria cumprir prisão perpétua, por cometer o crime de ser irresistível e incapaz de viver numa sociedade com outras mulheres.
Não havia como recorrer, mas a advogada nunca desistiu.
Duas semanas depois, estava escuro na cela - apenas Pedro Nazar dormia lá. Ouviu-se uma voz - era a juíza.
Rodrigo Adamski

10:34

Cine Teatro Mariana

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O Bairro conta agora com mais um novo espaço para os que têm a arte como essência para a vida. Localizado entre os cruzamentos da rua 20 com a Avenida C, o novo lugar, conhecido como o antigo Salão Quero-Quero, onde shows antológicos aconteceram em meados de 80 e 90, o Cine Teatro abriu as portas para a irreverência artística de quem estiver disposto a se apresentar. O ambiente, com suas poltronas de cinema old e o seu palco de clubes de duas décadas atrás, lembra salões de festas rockabilly dos anos 50. Conforme Luis André de Lima, empresário que adquiriu o lugar, o Cine Teatro está aberto para novas propostas, mas por enquanto estão acontecendo apresentações com o grupo de teatro Reticências. A previsão é para que se torne uma sala de projeção, hoje um déficit nas matinês do Algarve. André de Lima ainda conclui: “O lugar era bom demais para se tornar mais um supermercado ou outra igreja evangélica”.

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Os Detonantes – Punk’a’billy retrô

Esqueçam o sonzinho moderno bitolado que toca nas fm’s quando você liga o rádio. Agora pega aquele vinil do Chuck Berry que seu pai guardou desde quando tinha sua idade. Ótimo, aí você pensa: “Shit, é certo que isso morreu”. Errou baby, se for por esse quarteto endiabrado, que se julga uma mistura entre “James Dean, The Sonics e Jack Daniels”, você vai ter muita pista para dançar. Com a previsão de lançamento de sua primeira demo homônima, agora em novembro, os rockers Gustavo Quente, Diey, Fagner FastMycher e Rodrigo Adamski, prometem ser o novo hit nas madrugadas da cidade.

Acesse:
www.myspace.com/osdetonantes

15:11

Telefone!

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Ele acorda, finge ter um cigarro entre as mãos. Submete-se a apenas um prazer: pensar. Era egocêntrico demais, achava que seus pensamentos eram tão superiores que ainda não havia alguém digno de suas palavras.
Se ela diz: “Te amo.”
Ele apenas bafora nada.
Mas, para completar...
“Obrigado”; seu amor suspira.

Vai ao banheiro e sente um abraço golpear sua perna. O resto de um corpo se aproxima junto.
“O quanto tu me quer, homem?”- a boca de seu amor pergunta. Ela não entende: ele não consegue responder.
“Podia disfarçar, ao menos?” – desespera.
“Posso... Mas hoje?” - ele tenta. Apesar de poucas palavras, a mulher linda e nua, com seu cabelo bem meio muito curto e saboreando um morango, sente o calor subir por entre suas pernas.
E geme um “sim”.
Ele bebe um longo gole de Martini, mas logo em seguida o cospe no ralo, e, sem dar atenção à sua futura espos,a percorre pelo outro lado do concreto o mesmo caminho que sua saliva misturada à bebida estava percorrendo. “Isso responde”.

Ela sorri amavelmente e admira: “Nossa, eu também adoro cuspir!”

O vizinho do andar de cima liga o toca-discos e o Compay Segundo invade a casa. Eles migram para a sala, deitam-se no tapete, admiram o sol, se energizam. Uma barriga ronca - é a dela - e a saborosa mulher conforma-se em preparar algo para comer. Ele quer parecer gentil, não deixa. Vai à cozinha e prepara um delicioso copo d’água.

“Você faz todas as minhas vontades, não sei como agradecer...”, ela enxuga as lágrimas, pois realmente estava sensibilizada.

A noite cai, eles continuam ali. Ela, molhada, deitada no peito dele. Ele, seco, servindo de travesseiro para o corpo dela. “Quando nos casarmos, vou querer cinco lindos cachorrinhos e um jardim cheio de violetas. Os meninos também vão estudar francês desde cedo, como não pude, e vão assistir a Buena Vista Social Club, do Wenders. O que você acha, chéri?"
Instantaneamente, ele imita o som de um telefone velho e simula em sua mão o mesmo objeto, transformando seu dedo mínimo em falante e o polegar em ouvinte.
“Nossa, amor, é uma reunião de trabalho e séria, preciso ir.”
“Claro, Pedro. Mas, mas assim que der, ligue o telefone!” - ela se despede.


Rodrigo Adamski

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